sexta-feira, 27 de março de 2009

Fruta no pé

Já experimentou subir em árvore? Pode até ser arriscado - vai que um galho quebra e você se espatifa no chão -, mas é gostoso por vários motivos.
Primeiro porque tem sabor de infância. Quem, quando criança, nunca se pendurou em algum galho para colher frutas não pode dizer que aproveitou bem essa fase da vida.
Eu me lembro das férias na fazenda dos meus avós no interior de Minas Gerais. Uma das coisas que ficaram gravadas na minha memória é justamente subir em goiabeiras, fáceis de escalar. Diferente das laranjeiras, cheias de espinho. Eu, com meus 10 anos, ia bem no alto e colhia algumas goiabas mais difíceis, que se não buscasse ficariam para os passarinhos.
Além dessas reminiscências, traz aquela sensação de liberdade, de estar em contato pleno com a natureza.
Em férias, em viagem ao interior de São Paulo, pude experimentar de novo essa sensação. Em casa com horta, deu pra colher muita mexerica, abacate e acerola. Os galhos aguentaram firme e sobrevivi pra fazer alguns sucos e vitaminas para a família. Fez bem pra saúde e pro espírito. Voltei para casa mais leve.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Carro abandonado

Hoje pela manhã, eu voltava a pé para casa e reparei num velho fusca, estacionado rente à guia, em frente ao meu prédio.
Esse carro já está ali, abandonado, faz muito tempo. Tanto tempo que juntou uma grossa camada de poeira em sua lataria. É um convite para a molecada deixar recados ou escrever o nome, como um registro para os passantes.
Não é só a sujeira que chama a atenção. Os pneus estão furados, a ferrugem já tomou conta de tudo e, o mais impressionante, há grama crescendo nos vãos dos paralelepípedos da rua, embaixo do velho Volkswagen.
Foi justamente as ervas daninhas crescendo sob o assoalho do veículo que me fizeram reparar de novo nesse automóvel esquecido por seu dono.
Isso porque o jardineiro que cuida das árvores e das plantas do meu condomínio resolveu podar a grama embaixo do carro.
Por que razão ele fez isso eu desconheço. Talvez, passado tanto tempo, esse automóvel que teima em permanecer às nossas vistas todos os dias tenha se tornado um patrimônio dos moradores do prédio, uma lembrança de velhos tempos em que circulava por aí.
Um dia, quem sabe, ele será levado na poeira do tempo, eu acorde e não o encontre mais. Por enquanto ele resiste firme. Faça chuva ou faça sol, ele se mantém lá, no mesmo lugar. E a grama deve voltar a crescer, em breve, sob seu assoalho.

domingo, 8 de março de 2009

Perguntas de um menino de três anos

O menino de três anos, quase quatro, pergunta, ao ver uma senhora distribuindo flores para mulheres, no Dia Internacional da Mulher: “Por que ela está dando flores?”
E o pai responde: “É porque hoje é o Dia da Mulher”.
O menino pensa e diz: “Quando for o Dia do Homem você também vai ganhar alguma coisa?”
O pai explica que não existe o Dia do Homem. “Mas existe o Dia das Crianças”, acrescenta. O garoto sorri, satisfeito.

...

O menino volta para casa de carro com os pais, a irmã e o namorado da irmã. No banco de trás, em sua cadeirinha, ele só observa a conversa dos adultos.
O assunto recai sobre vacinação. O pai lembra: “Precisamos vacinar nosso filho contra meningite”. O namorado da filha diz que sua prima morreu disso. E o menino: “E ela foi pro céu?”. O rapaz, sem-graça: “Deve ter ido”.

...

Alguns dias depois de um tombo em que ganhou um grande galo na testa, o garoto está intrigado sobre o que ouviu de que Deus vive no céu. E questiona o pai: “Mas se Deus vive nas nuvens, como Ele faz para descer sem cair e bater a cabeça?”

quinta-feira, 5 de março de 2009

Não estamos sós

Definitivamente não estamos sós. E só olhar ao redor, em casa, no parque, no playground do prédio. Em toda a parte podemos ver uma quantidade infinita de seres que estão próximos de nós.
Só de formigas, há pra todo gosto: grandes, pequenas, minúsculas; vermelhas, pretas, de outras cores; domésticas e as que vivem nas árvores, as inofensivas e as nem tanto; as que não resistem ao açúcar e as que vivem nas plantas, entre outras.
Há moscas, mosquitos - no calor deste verão, deixar a janela aberta à noite é convite aos pernilongos. Somos gigantes perto dessas microaeronaves que não resistem a pousar na nossa perna e fincar sua bandeira na área conquistada.
Como é difícil pensar que o mundo é dos seres humanos se não conseguimos vencer esses bichinhos tão pequenos.
E que trabalho que dá matar um pernilongo. Esse inseto parece inteligente. Em voos rasantes, quando ameaçado, rapidamente, se esconde, para depois voltar aos ataques. É uma máquina de gerra.
O que não dá é para desistir de lutar. Vamos prosseguindo com as armas que conhecemos, inseticidas, sprays, repelentes para passar na pele, pra colocar na tomada e o que mais aparecer no comércio.